Tradições

Peregrinação anual de 15 de Agosto
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Jornadas Culturais
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Desfolhada
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Desfolhada
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Teatro de Balugas, o auto dos bons diabos
Teatro de Balugas, o auto dos bons diabos
baile de Mascáras
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Desfolhada
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USOS E COSTUMES

Balugães viveu essencialmente da agricultura de minifúndio, uma exploração de sobrevivência, sendo uns os donos das courelas, outros trabalhando à jorna a troco de alguns cruzados ou de manadas de feijão rajado. Alguns libertaram-se da rudeza dos trabalhos da terra, através de ofícios que giravam sempre à volta da lavoura. Deles registam-se o fabrico manual de cangas para o gado; as gamelas de madeira esculpidas nos toros de pinheiro que serviam de bacias no serviço dascozinhas e de transporte de roupas para os lavadouros públicos; os tamancos em pau de amieiro que depois eram vendidos nas feiras das terras vizinhas; os ferreiros que faziam todo o material utilizado na agricultura (enxadas, ancinhos, pás, arados, alviões, forcados, forquilhas); a feitura de copos para os estanca-rios; o ferrador de gado bovino e equino; um talhador de santos; pedreiros; caiadores; havia, também, as profissões femininas como costureiras, tecedeiras, entre outras, destacando-se uma entendida em a ajudar as parturientes, chamada, também, para acudir às mulheres de terras vizinhas nas horas de aflição.

Restam, ainda, as eiras de lajes graníticas e os espigueiros, alguns ainda com utilização, os carros de bois, ou de uma só vaca. Algumas das famílias usavam como meio de transporte o carro de cavalos ou a carroça, hoje são somente relíquias de um passado recente.

Uma das marcas de identificação de uma casa de agricultores é a presença de um espadaneiro que fornecia as espadanas para apertar as vinhas, um espigueiro e uma moreia de palha.

Das actividades agrícolas que merecem ser lembradas são as lavradas, as sachadas, as cegadas de erva e do centeio, as vindimas e as desfolhadas. Cada época tinha as suas cantigas próprias ligadas à actividade em curso. Nesses cantares, onde não faltava o erotismo inocente, falava-se de amor e saudade, por vezes misturando-se com o religioso e a superstição. As cantigas ao desafio, entre dois homens ou duas mulheres, eram quase sempre de despique, ou de sedução quando cantadas entre um homem e uma mulher.

Na década de quarenta, uma fábrica de serração de madeiras veio alterar um pouco o modus vivendi desta freguesia e das circundantes. Os trabalhadores à jorna passaram para a categoria de operários, recebendo à féria. Na segunda metade da década de cinquenta, deu-se o êxodo de emigração para a Europa, embora Balugães já contasse com alguns dos seus filhos na América do Sul, mais precisamente no Brasil. A melhoria de condições de vida fez-se sentir, tanto nos que emigraram como nos que ficaram. A construção de novas casas apareceu, embora se diga que descaracterizou a traça tradicional.

Os telhados de uma só água, as paredes com uma ou duas janelas e uma porta, as construções em pedra foram substituídas por telhados de grandes inclinações, à maneira do norte europeu; as paredes aparecem rasgadas com muitas janelas e as sacadas são agora balcões a que chamámos varandas.

A democracia, o aumento da escolaridade obrigatória, a integração na comunidade económica europeia, o avanço das tecnologias da comunicação e outros, não deixaram Balugães indiferente.

Dos costumes avoengos conservam-se aqueles que fazem dos Baluganenses pessoas de cultura e de Bem. São cristãos por tradição e por convicção, honram os seus Santos conforme o calendário religioso, com missas e procissões, não esquecendo a exteriorização com foguetório e conjuntos musicais, um casamento de conveniência entre o religioso e o pagão.

Do calendário religioso destaca-se o Natal e a Páscoa. O Natal, celebração do nascimento de Jesus, é também reencontro com a família onde se reafirmam laços de afectos. Celebra-se no conchego dos presépios domésticos e das lareiras. A Páscoa, celebração da ressurreição de Jesus, é uma festa de encontro entre família e amigos, é a festa da alegria e os Baluganenses expressam-na com cânticos de aleluia.

Dos costumes cuja origem se perde no tempo, mas que se atribui a uma lenda ligada a Jesus, é a que tem lugar no primeiro dia de Maio. Todas as portas das casas aparecem com um ramo de flores de giesta para afastar o inimigo. Também nesse dia, as janelas são enfeitadas com uma coroa de rosas, dando início ao mês de Maria.

Na véspera de S. João, durante a noite, é costume os moços da terra surripiar tudo o que está desprevenido colocando-os no cruzamento de S. Bento, obrigando os donos a recolhê-los para não fazerem má figura. Em tempos idos penduravam-nos nas oliveiras do adro da freguesia.

A gastronomia baseia-se essencialmente na tradicional, tendo a ver com a economia do que a terra dava. Assim, o arroz de cabidela, o arroz de frango no forno, o arroz de bacalhau, a batata assada no forno acompanhada com carne ou peixe. Os bolinhos de bacalhau, o bacalhau frito ou assado na brasa, o tradicional cozido à portuguesa e, por fim, o sarrabulho onde não faltam, os rojões, os farinhotes e as tripas enfarinhadas. Dos doces contam-se os mexidos, as rabanadas, a aletria, o creme queimado e os sonhos.

Do Património etnográfico conta-se com o vestuário que assenta nas cores branca e preta, sobressaindo o fato da noiva confeccionado e bordado com vidrilhos e preguinhas muito pequenas. Os cantares e as alfaias agrícolas são outras dos pormenores a observar.


RUA DA GIESTA Nº 149 4905-035 BALUGÃES- BARCELOS  Email: freguesiabalugaes@gmail.com
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