Património Religioso
Se o norte do país é ponto de referência religiosa, Balugães faz parte desse roteiro religioso, tem um dos mais importantes Santuários Marianos. Em 1702, no lugar de Castro, a Virgem apareceu a um jovem pastor, surdo-mudo, que milagrosamente começou a falar, relatando o facto. Nesse mesmo lugar, foram construídas duas capelas em honra de Nossa Senhora e uma igreja de estilo neoclássico (1707 a 1720), com duas torres, sendo os seus altares de estilo barroco, de uma policromia extraordinária. Aqui, poder-se-á encontrar o mais belo estilo barroco no altar-mor desta igreja.
No mês de Agosto, realiza-se uma grande peregrinação em honra de Nossa Senhora, participada pelas freguesias dos concelhos limítrofes, pertencentes às Dioceses de Braga e de Viana do Castelo.
Noutro ponto da freguesia, existe uma igreja, muita antiga, de estilo românico, com sacristia incorporada num dos lados; de pequenas dimensões, com capela-mor e uma só nave. Na parte exterior, a porta principal está protegida por um alpendre. Não tem nenhuma torre, o campanário era exterior ao edifício, situava-se numa das extremidades do adro.
Os enterros eram também feitos à volta desta igreja, precisamente no adro. Foi esta igreja, a sede paroquial até 1927, depois passou a ser a do Santuário. Esta igreja é dedicada a S. Martinho que é o orago da freguesia, tendo festa obrigatória em Novembro. Consta que esta igreja era ponto de abrigo para os romeiros de Santiago, o que se poderá ter como certo, visto esta região estar referenciada como Caminho para Santiago.
No cruzamento das duas estradas que fazem ligação entre Viana do Castelo/ Braga e Barcelos/ Ponte do Lima, há uma capela dedicada aos Santos, Bento, Amaro e António. Têm romaria em Julho, uma das promessas dos romeiros é cumprida com braçados de cravos, ou figuras de cera, entre outras. É costume dos crentes darem três voltas à capela carregando nos braços figuras de cera ou madeira, conforme tenha sido feita a promessa ao Santo da sua devoção.
Nesta capela estão incrustados um nicho dedicado às Almas do Purgatório e uma escultura da Senhora da Cabeça, também, aqui venerada, o cruzeiro em pedra tem grafado o nome do pároco, abade Tinoco e data de 1727.
Há nesta romaria a comunhão do sagrado e do profano que convivem perfeitamente com o espírito minhoto.
De realçar, no Património Religioso, as Cruzes em pedra, desde a antiga igreja paroquial até ao Santuário, que eram lugar de Via-Sacra em tempos de Quaresma. Os quadros em azulejo representativos de Santos, ou de Nossa Senhora do Carmo, colocados nos frontispícios das casas.
Existe numa das casas que deu importância a Balugâes uma pequena capela que é património dos seus proprietários.
Foi freguesia que se destacou pelas suas actividades culturais e religiosas que contribuíram para a formação dos jovens dessa época, destacando-se de entre outras o desporto, o teatro, o folclore e a música popular, o escutismo e a acção católica. Teve um período de estagnação, e de momento está de novo, com a participação activa dos organismos administrativos e religiosos, bem como da sociedade envolvente, em franco desenvolvimento.