Casas Importantes
Casas de famílias
As referências ao historial da freguesia de Balugães têm sido publicitadas em várias publicações que merecem credibilidade, pois que se fundamentam em documentos da época, cujos autores são dignos de respeito. Não proliferam aí edições de gratuita euforia no que respeita à terra dos balugas, com quase dez séculos de existência, embora não haja uma data precisa que nos garanta o seu nascimento, cujo berço deve situar-se no velhíssimo povoado castrejo, no Monte Caramona.
Nem mais nem menos que a importante citânia, no cimo do monte, paredes meias com a Carbona, donde deriva a vizinha freguesia de Carvoeiro. Depois o povoado foi descendo para a planície, talvez em busca de melhores condições de vida. Foi aqui que a nova comunidade cristã construiu a igreja paroquial, por altura do século XII, segundo alguns historiadores. À volta dela construíram-se as primeiras casas que, com o passar dos anos, se alastraram para o centro, criando-se os lugares da Igreja, da Calcóva, da Peneda, da Boavista, do Souto, do Ribeiro, da Rua e de Quingustos.
Segundo o livro Patuleia do Alto Minho, do Dr. Cyrne de Castro, editado em 1964, Viana do Castelo, várias famílias ilustres, espalhadas pelo Alto Minho, tiveram o seu berço em Balugães.
Pelos apelidos, somos tentados a ligá-las a uns quantos lugares que parecem corresponder, sem garantias mas por dedução, às ditas personalidades, hoje recordadas com respeito, com mais valia da nossa terra.
A casa das Torrelhas era conhecida, há meio século, pela casa das Afonsas, como lembrança de umas senhoras que aí viveram até ao início do século XX. Presume-se que saíram dali os célebres Afonsos, antepassados das últimas residentes. Este apelido Afonso foi usado até há pouco tempo por algumas famílias de Balugães. Das casas do Souto e Ribeiro saíram três sacerdotes, sendo o último o Padre António Baptista Félix, pároco da freguesia de Poiares até meados do século XX.
Conhecemos a casa da Rua, já em ruínas, e pensa-se que o apelido Rua pertencia a pessoas nascidas ali. Elas foram individualidades que se distinguiram na sociedade Minhota, seguindo outros rumos, conforme a sua preparação académica ou profissional.
As casas foram ocupadas por descendentes ou abandonadas, conforme as circunstâncias, até conhecer a ruína.
A quinta da Cancela foi residência de um tabelião, de apelido Ponces de Leão, de origem espanhola, descendente do Conde de Tolosa, tendo sido, o último representante desta casa, sepultado na capela de S. Bento, na entrada do arco principal.
A quinta da Carranca, junto à igreja velha, pertenceu aos padres Tinoco, contemporâneos da aparição de Nossa Senhora Aparecida, em 1702. Mais tarde, foi propriedade da família Providência e Costa; alguns elementos desta família foram lentes na Universidade de Coimbra.
A casa de S. Bento, no cruzamento do mesmo nome, pertence à família Abreu Novais. Ali nasceram e viveram o conselheiro José Abreu Novais e os irmãos dr. Luís, Dr. Francisco e dr. João. As últimas residentes, nesta casa, contemporâneas de alguns Baluganenses, foram as D. Maria Eugénia e D. Maria Emília , dotadas de um espírito de bondade, pouco vulgar numa época de míseros recursos como foi a do final da Monarquia e a alvorada da República.
Esta família descende dos Abreu de Pico de Regalados, mencionada por Camilo Castelo Branco em As Novelas do Minho. Esta família descende dos Abreu de Pico de Regalados, mencionada por Camilo Castelo Branco em As Novelas do Minho.
Os apelidos mais antigos, ainda usados em algumas famílias, são Abreu, Afonso, Alves, Baptista, Barbosa, Carvalho, Casanova, Costa, Esteves, Fernandes, Gonçalves, Grilo, Lopes, Martins, Meireles, Neiva, Oliveira, Pereira, Ribeiro, Rodrigues, Silva, Sousa, Teixeira, Vieira.
É de salientar que os ventos da modernização também sopraram nesta aldeia e muitos dos baluganenses são, hoje, figuras de sucesso em alguns campos socioeconómicos, participantes no desenvolvimento do país. Continuando, assim, a senda dos filhos desta terra.